Aos oito dias do mês de julho de dois mil e onze, encontro-me sentado à mesa de minha casa em plena madrugada totalmente desorientado com um pensamento que me veio à cabeça e que me chamou atenção. Pensando em minha filha, comecei a me lembrar do que diz à Santa Igreja sobre o pecado, onde essa prega que todas as pessoas já nascem pecadoras devido ao termo conhecido por nós como pecado original. Outra idéia que à igreja não aceita é a da reencarnação, sendo que é sobre esses dois termos que quero falar.
Como pode uma criança recém nascida, já nascer pecadora já que nosso espírito é a parte de nós que mais se aproxima do divino. Muitos filósofos acreditavam que a nossa alma estava em ligação direta com Deus, sendo que quanto mais perto da alma, do divino, mais próximos do bem e da felicidade estaríamos. Pensando nisso e imaginando que só nascemos porque Deus permite, também devemos aceitar que nosso espírito vem do criador, sendo que se este é puro, imaculado e sem pecado, como nós poderíamos nascer pecadores?
Refletindo sobre essa pergunta só consegui chegar a uma conclusão; que é aceitar que a única forma de já nascemos pecadores é se já tivéssemos nascido antes de nascermos. Digo isso por causa de outro corrente de pensamento desacreditada pela Igreja que é a da reencarnação. Se nós tivemos outras vidas e nosso espírito reencarna sempre em busca de redenção, então assim, e só assim poderíamos aceitar que como já pecamos em outras vidas, nosso espírito volta pecador na vida seguinte.
Assim, a única coisa que posso pensar é que quanto mais penso, mais dúvidas tenho, porém acredito que esses pensamentos não surgem em minha cabeça do nada. Pelo menos assim, pensando sei que existo, e assim como disse René Descartes quando eternizou à seguinte frase: “Cogito, ergo sum”, traduzida como “Penso, logo existo”, termino meu lúcido momento de loucura.
RODRIGO LOURENÇO
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